... e mesmo sem ter o dom da escrita, atrevo-me a tal.

...e como são lindas as letras, as pontuações, as frases, os versos. Amo essa leve magia, que chama-se escrever!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O dia se foi


É chegada a noite,
A escuridão entrou tão lentamente pela porta da sala,
Que quando me dei conta,
Ela já estava a ocupar toda casa.
Eu sem perceber,
Sentada enfrente ao computador,
Não notei quando a noite tomou do lugar do dia.

Só agora estou a sentir falta de todos os raios de sol que se foram.
Não há mais a luz natural do dia,
meu corpo sente a necessidade de levantar-se,
Eu acendo as luzes artificiais,
Uma incrível invenção humana.
A casa volta a iluminar-se.
O silêncio vai aos poucos vai tomando espaço.
Os sons do dia,
Assim como brilho e o calor do sol,
Se foram tão discretamente...
Não se despediram de mim,
Ou fui eu que não lhe dei a atenção devida na hora da despedida?
Talvez!
Assim como o dia termina todos os dias,
A semana também se vai e o fim da semana está à espera.
Quem será que vai recebê-lo?
Ao sentirei sua falta só com chegada da segunda-feira?
Dou-me conta que não tenho sido um bom anfitrião,
Nem um pouco acolhedor,
Talvez um péssimo amigo...

São tantas coisas que estou a perde,
Só dando-me conta depois da partida.
Nem o adeus tenho dado,
Muito menos o seja bem-vindo.
Como sou sempre sozinho,
Estou perdendo aos pouco o habito de agradece,
Na chegada e na partida.
O vazio da casa é preenchido pelo som da TV
Ou pelo da música reproduzida no PC.

Meus amigos são tão virtuais
Que chego a acreditar que eles são apenas fotos,
Que suas mãos são apenas as teclas do teclado...

Eu sei que existe ainda vida lá fora,
Lá fora da tele desse computador.
Estou cá a desejá-la,
E ela esta a fugir de mim.

Não sei o porquê tanto silêncio,
Será porque não viu o dia ir?
Dia se foi tão mansinho,
Que eu não pude dizer até logo,
Não sei se você tem e-mail,
Mas, estou aqui a lhe enviar um pedido de desculpa,
Por não ter agradecido a visita.

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