... e mesmo sem ter o dom da escrita, atrevo-me a tal.

...e como são lindas as letras, as pontuações, as frases, os versos. Amo essa leve magia, que chama-se escrever!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

É só tristeza, depois passa...


Será que sou eu que a procura
Ou é ela que me persegue?
Ela, está tristeza tão profunda,
Tão constante,
Tão intensa.
Será que sou eu que não sei sorrir,
Ou é ela que não deixa?
Será que sou eu que a invoco,
Ou é ela mesma quem me escolhe?

Eu sei tudo sobre tristeza,
Sobre solidão,
Não porque quero,
Mas pôquer vivo.
Já vi tantos lindos dias de sol da janela,
Já vi a chuva lá fora caindo sobre as folhas,
Já vi as pessoas felizes!
E já vi o amor...
Eu já vi tantas coisas bonitas,
Só vi, mas nunca vivi.

Sim, sou triste,
Não porque quero,
Mas, porque sou.
E isso não se explica,
Simplesmente se sente
E dos outros se esconde!

Ser triste é como comer sem fome,
Nada tem sabor de verdade.
É andar e não saber para onde ir.
Está presente, mas está longe.
É está doente sem um único remédio para aliviar a dor.
É como acorda para o mesmo dia,
Todos os dias, e ter que continuar.

Viver infeliz,
Sozinho,
Sem cor para a vida alegrar,
Sem fé,
Com pouca esperança
É ter em si uma imensa vergonha...
Viver assim...
É não viver!
É vegetar,
É sofrer,
É enlouquecer.

E como é sufocante uma noite sofrida,
O amanhecer do outro dia.
O perturbante silêncio do quarto vazio,
Dos gritos alucinantes da alma.
O coração tão apertado,por medo
Que os outros dias tragam noites tão triste como a que se foi...

Eu não quero que de mim,sintam pena,
Não, não!
Só quero aqui escrever,
Que há em mim um ser que sofre,
Que é triste,
E por isso lamenta.

Na solidão está mergulhado este meu coração,
De vazio estão preenchidos os meus dias,
E de incertezas, as minhas noites.
Por isso...
Não posso escrever sobre amor,
Pois é de solidão que eu entendo.
Não posso escrever sobre paz,
Já faz tanto tempo que não durmo.
Eu não posso escrever sobre o perdão,
Os meus erros são tão imperdoáveis.
E até o único amor por mim experimentado,
Foi consumido no pecado.

Confesso que não sei escrever sobre felicidade,
É de tristeza, que entendo.
Não sei escrever sobre flores,
Não há jardim na minha casa.
Nem sei escrever sobre o mar,
Eu nunca fui à praia.
Eu não sei escrever sobre o sol,
Os meus dias só tem noites.
Eu não sei escrever sobre cores,
Sobre brisa,
Sobre brilho no olhar...
E não quero escrever sobre ilusão...

Escrevo só para minha alma descansar...
Para o meu espírito poder gritar,
Para meu coração desabafar!

Nenhum comentário: