... e mesmo sem ter o dom da escrita, atrevo-me a tal.

...e como são lindas as letras, as pontuações, as frases, os versos. Amo essa leve magia, que chama-se escrever!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A cortina do box


Deita aqui sobre o meu corpo...
Quero guardar comigo o teu peso,
Para não esquecer nenhum centímetro do teu corpo quando você fechar a porta e for embora.
Deixa eu cheirar mais um pouco a tua boca...
O aroma incomparável que ela exala,
Sacia a sede de paixão da qual o meu corpo necessita.

É tão inexplicável o êxtase de felicidade que se expande dentro da minha alma
Quando você está aqui.
E cada ato seu,
Cada frase pronunciada
É gravado no meu pensamento.

Eu gosto de ficar olhando através da cortina do box...
Observando a água descer sobre seu corpo nu.
Gosto de te ter no meu banheiro,
Em cada canto desta casa.
Eu te olho,
Te devoro...

O seu sorriso,
As suas brincadeiras,
As gotas de água que respigam...
Eu filmo,
Eu guardo!

Deita...
Não vá ainda,
Sinta aqui o quanto o meu coração ainda está acelerado,
Sinta as últimas vibrações do êxtase...
Os últimos tremores que seu corpo, nesta tarde, ocasionou ao meu.

Deita aqui sobre mim...
Você já vai e meu corpo tem medo da demora,
Da ausência que você faz nesta casa...
Na minha vida!

Deita,
Joga-se sobre este corpo que é seu!
Não por escolha minha,
Mas, por motivos que não sei,
Não conheço,
Não compreendo.

Quando você fechar a porta...
Esta casa voltará a ser vazia.
A cortina do box, voltará a ser somente uma cortina.
Então não demore muito...
É você que alegra este lugar!

Eu não posso impedir que você vá,
Não és um pertence meu!
É impróprio guardá-lo aqui comigo.
E a liberdade deixa você mais lindo!

Minha esperança é você não demorará muito.
Que seja breve a fechada da porta,
Logo, logo tocarei a cortina do box
E verei você do outro lado.



Ludiane Alves

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